Série busca pistas de 'casas da morte' no RS usadas por Paulo Malhães, homem-chave da tortura na ditadura 23/04/2018 - 13:50
Foto: Site UOL
“Um dos poucos a romper o pacto de silêncio das Forças Armadas sobre as práticas abusivas do aparato de segurança do Estado durante a ditadura no Brasil, o tenente-coronel Paulo Malhães, ex-agente do Centro de Informações do Exército (CIE), falou sobre quase tudo o que lhe foi perguntado nos meses que antecederam sua morte, em 2014.
Esta série de reportagens, em cinco episódios, é publicada a partir desta segunda-feira (23), com exclusividade no UOL.
Convicto de seu protagonismo na política de informação e segurança do regime militar -que sempre justificou e defendeu-, Malhães revelou a existência de "casas da morte" provisórias no Rio Grande do Sul.
Homem-chave da repressão aos opositores da ditadura, o ex-agente continuava usando medo e mentiras até o fim, mas o orgulho do papel que desempenhou durante as décadas de 1960 e 1970 fez com que ele fornecesse pistas sobre cárcere clandestinos desconhecidos até então.
A reportagem do Eder Content teve acesso à íntegra de dois depoimentos de Paulo Malhães classificados como sensíveis pela CEV-RJ (Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro) e que só se tornarão públicos em novembro de 2020.
Sem câmeras ou holofotes como testemunhas, o militar afirmou que adotou em outras cidades, fora do Rio de Janeiro e de São Paulo, a mesma estratégia de utilizar cárceres clandestinos para interrogar e torturar presos políticos.
"Eram aparelhos de temporada", disse Malhães à advogada Nadine Borges, que coordenou os trabalhos da CEV-RJ e passou duas tardes interrogando-o no sítio onde ele vivia, em Nova Iguaçu (RJ). Segundo ele, eram casas de campo, sítio onde ele vivia, em Nova Iguaçu (RJ).
Segundo ele, eram casas de campo, sítios alugados por temporada. "Não era nada fixo", revelou. Mas também não eram locais da estrutura oficial de Estado.”
Por Andréia Lago e Kalinka Iaquinto- Do Eder Content
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