Paradas LGBTI mostram que todos nascem livres e iguais em dignidade e direitos 03/07/2019 - 13:40

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Rede UN-GLOBE marcha na Parada do Orgulho LGBTI de 2019 em Nova Iorque. Foto: UN-GLOBE

A poderosa mensagem da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) de que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos” foi ecoada no domingo (30) por membros da UN-Globe que participaram da parada Orgulho Mundial, na cidade de Nova Iorque. A UN-Globe é uma rede de funcionários da ONU que defendem a igualdade e a não discriminação de pessoas LGBTI no Sistema das Nações Unidas.

Alguns cartazes relembraram frases da DUDH: “todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal” e deve “agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”.

De acordo com o secretário da UN-Globe, Gabe Scelta, a celebração deste ano é “especialmente importante”, porque marca os 50 anos dos protestos de Stonewall, que para muitos representam o início da luta por igualdade e não discriminação de lésbicas, gays, bissexuais, transgênero, queer e intersexo (LGBTQI), “que ainda são desafiados hoje em dia”.

“Como uma pessoa transgênero marchando sob a bandeira da UN-Globe”, disse, “isso significa que nossa família LGBTQI, especialmente aqueles que enfrentam discriminação em todo o mundo, pode ver alguém como eu, alguém como si mesmo, vivendo abertamente e feliz, e sentir alguma esperança para o futuro”.

Scelta destacou: “nossa comunidade enfrenta discriminação e violência em todo o mundo, especialmente aqueles com identidades interseccionais”, incluindo mulheres negras e latinas que são trans.

Ele destacou as taxas extremamente altas de depressão e suicídio, “em proporções epidêmicas” nessas comunidades, e as pressões especialmente sobre os mais jovens.

“Ver alguém como nós vivendo nossas vidas com prazer, com amor e apoio de nossos amigos, aliados e dos locais de trabalho pode ser uma linha de vida”, destacou.

Todos os funcionários em Nova Iorque foram convidados pela União de Funcionários da ONU e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) a marchar com a UN-Globe em celebração do Orgulho Mundial.

Na próxima semana em Genebra, a vice-alta-comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Kate Gilmore, e a vice-diretora-executiva do Centro de Comércio Internacional, Dorothy Tembo, irão caminhar em solidariedade conforme a UN-Globe marcha na parada da cidade.

Nem todos estão celebrando

Embora a atmosfera do dia tenha sido de exuberância e orgulho, o Banco Mundial destacou que, apesar de avanços nas últimas duas décadas, pessoas LGBTI continuam enfrentando ampla exclusão, discriminação e violência em muitos países.

Atualmente, cerca de um terço dos Estados-membros criminaliza a homofobia. Além disso, há um profundo estigma que não só afeta negativamente pessoas LGBTI, mas também as comunidades e economias em que estão inseridas, de acordo com o Banco Mundial.

Responder a este desafio é especialmente difícil por conta da falta de proteções legais, que perpetua as dificuldades.

Outra grande barreira é a ausência de dados sobre as vidas de pessoas LGBTI, que, segundo o Banco Mundial, coloca em risco a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o compromisso dos países com o princípio de “não deixar ninguém para trás” nos esforços para acabar com a pobreza e desigualdade.


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