Países latino-americanos aprovam medidas para promover direitos das mulheres indígenas 17/01/2018 - 13:55

Representantes da ONU e de 13 países da América Latina e Caribe divulgaram no sábado (13) uma declaração conjunta que prevê a inclusão de uma perspectiva intercultural e de gênero em programas para erradicar a fome. Reunidas na Cidade do México para o Fórum regional sobre Mulheres Indígenas, delegações acordaram série de recomendações para pôr fim à marginalização enfrentada por esse grupo. Evento foi apoiado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

O documento final indica que mulheres indígenas, organizações e comunidades desenvolverão uma agenda colaborativa com governos nacionais e locais. Cooperação terá, por objetivo, a implementação do Plano de Segurança Alimentar e Nutricional da Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe (SAN-CELAC), tendo em vista os desafios particulares enfrentados pela população indígena do sexo feminino.

Os governos recomendaram que as organizações de mulheres indígenas continuem contribuindo com seu conhecimento ancestral e com seu engajamento comunitário na luta contra a pobreza e a desnutrição. Participaram do fórum delegações da Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai e Peru.

Outro apelo foi para que as mulheres promovam — junto com autoridades e vários atores políticos, sociais e acadêmicos que fazem parte das sociedades latino-americanas — a transformação dos sistemas alimentares. Mudanças devem torná-los mais sustentáveis, justos, inclusivos e saudáveis.

Já as mulheres indígenas aconselharam governantes e o Sistema das Nações Unidas a adotar medidas para garantir sua plena participação em processes decisórios. Ações devem respeitar tanto a diversidade cultural, quanto a ordem natural de vida. O objetivo dessa orientação é garantir que as mulheres tenham a oportunidade de elaborar o processo de desenvolvimento sustentável necessário para erradicar a pobreza que as afeta.

Mulheres também cobraram iniciativas em prol do desenvolvimento rural, incluindo por meio das explorações agrícolas em pequena escala. O papel das mulheres agricultoras para o desenvolvimento sustentável e para o bem-estar econômico de seus povos, famílias e comunidades também foi reconhecido e defendido pelas recomendações das indígenas.

Em participação no fórum, o representante da FAO no México, Crispim Moreira, reafirmou o compromisso da organização internacional com as deliberações do encontro. “A FAO tomará a declaração deste fórum como um guia. Buscaremos os governos com os quais, felizmente, temos um diálogo fluido para agir a curto e médio prazo.”

“Neste Fórum, conseguimos estabelecer uma agenda, uma pauta para orientar a política pública dos países da América Latina e do Caribe, com o objetivo de reconhecer o papel da mulher indígena para ter nossos territórios sem pobreza e sem fome”, completou o dirigente.

Participaram do fórum delegações da Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai e Peru.

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