ONU reforça apelo por mais vagas para refugiados em países seguros 22/01/2018 - 13:04
Na semana passada, cerca de 160 pessoas foram consideradas mortas ou desaparecidas após três fatalidades envolvendo travessias no Mar Mediterrâneo. Em resposta ao cenário de óbitos crescentes, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) cobrou da comunidade internacional que promova mais reassentamentos de pessoas deslocadas por guerras. Países devem garantir alternativas seguras de proteção, incluindo programas de reunificação familiar, para evitar novas tragédias.
Em setembro de 2017, o ACNUR solicitou com urgência o reassentamento de 40 mil indivíduos de 15 países prioritários de refúgio e trânsito ao longo da rota do Mediterrâneo Central. O organismo internacional estima que cerca de 277 mil refugiados nestas nações precisariam ser transferidos para outros Estados-membros.
Até o momento, porém, a agência só recebeu confirmações de 13 mil vagas para o biênio 2018-2019. A maioria dessas transferências foi oferecida por países que já fazem parte dos programas regulares de reassentamento do ACNUR, e pouquíssimas são as vagas adicionais.
Na segunda-feira (8), a guarda costeira italiana resgatou náufragos que foram levados em segurança para Catânia, na Sicília. Outros oito corpos foram encontrados pelas autoridades, e 56 pessoas, incluindo 15 mulheres e 6 crianças, estão desaparecidas.
No mesmo dia, em outro incidente, um bote que transportava 54 pessoas afundou perto do litoral do Marrocos. Militares do país informaram que dois homens se afogaram.
Na terça-feira (9), o ACNUR e seu parceiro internacional Medical Corps deram assistência a 279 refugiados e migrantes que desembarcaram em Trípoli na Líbia. Os sobreviventes informaram que entre 60 e cem pessoas tinham desaparecido no mar. Até agora, os corpos não foram encontrados.
O ACNUR tem defendido um enfoque global para gerir os movimentos de migrantes e refugiados que recorrem a jornadas perigosas pelo deserto do Saara e o Mediterrâneo. Entre estas ações, o organismo ressalta o fortalecimento do apoio a refugiados para a autossuficiência em países de primeiro refúgio; a criação de novas soluções legais, regulares e seguras para os refugiados, como o reassentamento e a reunião familiar; e o enfrentamento das causas que estão na origem do deslocamento forçado.