Novas dicas de livros infantis para celebrar a cultura afro-brasileira 16/06/2016 - 11:40

A resposta a essa coletânea foi muito positiva, mostrando-nos que há um grande interesse em abordar esses temas com as crianças. Além disso, muitas das obras que indicamos reafirmam aspectos da identidade afro, ajudando na discussão sobre preconceito e diversidade, propiciando o diálogo entre os leitores.

Para ampliar ainda mais o repertório de crianças e adultos sobre o tema, preparamos uma nova seleção de títulos lidos, selecionados e resenhados por nossa equipe. Dessa vez, a lista mantém a presença de contos de tradição oral africana e as biografias de alguns líderes. Mas, buscamos outros gêneros, como a poesia afro-brasileira e também histórias que pudessem valorizar a beleza negra, especialmente no que se refere aos cabelos, símbolos de resistência e força, que – infelizmente – ainda são objeto de preconceito para muitos brasileiros.

Mais do que celebrar a Consciência Negra,  essas histórias buscam resgatar a consciência de todos os leitores, apostando na riqueza que as nossas diversidades e singularidades podem trazer à experiência humana.

Nó na Garganta - Coleção Entre Linhas Cotidiano

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Tânia é uma menina de anos, negra e pobre. Um dia, sua família decide mudar de vida. Seus pais, contratados para cuidar da casa de veraneio dos patrões, partem esperançosos para o litoral. Tânia defronta-se então com a dura realidade do preconceito. Uma experiência amarga que a levará ao encontro de sua verdadeira identidade


Rapunzel e o Quibungo

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Era uma vez uma linda princesa... Era uma vez um príncipe encantado que vivia num lindo castelo...Assim começa a maioria dos contos de fadas clássicos, que alimentam a fantasia infantil geração após geração. Porém, pelo fato de seus criadores serem europeus, desde as primeiras publicações no Brasil, estabeleceu-se o pressuposto dos personagens brancos. Já nas capas e ilustrações, que constituem o primeiro elemento de aproximação entre a criança e o livro, entrevemos a entrada num universo que privilegia esse segmento étnico e, a partir daí, as próprias escolas que adotam esses livros integram e perpetuam essa preponderância, que afeta diretamente a auto estima das crianças não brancas.Mas... e se Perrault, Andersen e Grimm tivessem nascido no Brasil? Como seriam os seus contos? É sob essa perspectiva que Ronaldo Simões Coelho e Cristina Agostinho recontam essas histórias.


Onde está Iemanja


É 31 de dezembro e Camila está ansiosa pela festa de Ano-Novo. Não só é o momento de renovar as esperanças, mas é dia de homenagear Iemanjá, a sereia protetora dos mares. Enquanto a ilha onde vive se prepara para os festejos, a menina sai em um pequeno barco a procura da rainha do mar.

Batu - o Filho do Re

Zemene é um corajoso guerreiro que,voltando de uma de suas caçadas, encontra ojovem Batu preso numa caverna. Para salvá-lo, o guerreiro enfrentará um grande perigo e,junto com seu novo amigo, seguirá numa longa jornada de volta ao reino. Baseado em um conto popular da Etiópia, Batu, o filho do rei narra uma história de amizade, coragem e confiança.


Antologia de poesia Afro-Brasileira: 150 anos de consciência negra no Brasil

Reunir textos de representantes da literatura estritamente negra – aquela feita por “negros ou descendentes assumidos de negros e, como tal, reveladora de visões de mundo, de ideologias e de modos de realização” que estão claramente ligado à identidade afro-brasileira é o desafio grandioso ao qual se propõe Zilá Bernd nessa antologia. Os textos selecionados abrangem desde o período pré-abolicionista, até o início dos anos 2000, discutindo a tomada de consciência da problemática existencial do negro no Brasil por meio de diferentes pontos de vista. Embora a seleção foque na temática afro-brasileira, a organizadora não deixou de lado a qualidade literária dos poemas escolhidos, o que torna esse livro essencial para quem deseja conhecer a poética da presença do negro na formação cultural de nosso país. Além dos poemas, Zilda traz informações preciosas sobre os autores escolhidos e suas obras, tornando essa leitura uma porta de entrada para muitos outros livros. Para ter, ler, recitar, lembrar e resistir.


Ynari, a menina das cinco tranças

O que faz uma menina que guarda as palavras no coração quando conhece a guerra? 
Ynari, a Menina das Cinco Tranças trata de um tema terrível com muita poesia e sabedoria.
Ynari é uma menina com cinco tranças e muita vontade de conhecer as palavras do mundo. Na sua jornada, Ynari também acaba descobrindo que a guerra faz parte do mundo. Com a ajuda de suas cinco tranças, a menina vai dar aos povos as palavras que enfim lhes faltavam, mostrando que as crianças, com muita magia e ternura, podem mudar as aldeias e as ideias e acabar com todas as guerras. Mas Ynari também tem muito a aprender com essa aventura, como um novo sentido, cheio de magia, para uma palavra antiga: "amizade". 



Neguinho brasileiro

Nesse livro, o menino Neguinho faz uma longa viagem pelo Brasil com toda a sua família. A bordo do carro de seu pai, munido de um diário e de uma máquina fotográfica, o garoto vai contando suas impressões a partir do ponto de vista de um brasileiro fazendo turismo pelo próprio país.


Os nove pentes d’África

Vô Francisco é daqueles personagens especiais, que habitam o imaginário de toda criança que um dia desejou encontrar um companheiro mais velho e experiente para compartilhar a vida. Bárbara, sua neta, é uma menina, forte, curiosa, valente e orgulhosa de sua identidade afro-brasileira.

Entre essas duas figuras, transitam nove pentes, nove dons a serem descobertos e assumidos por todos aqueles que desejam seguir o seu caminho. Esculturas criadas pelo avô artista para presentear os filhos e netos. Cada pente tem uma história. E por meio de uma narrativa fluida e poética, a autora convida o leitor a desembaraçar os tantos enredos guardados por esses objetos.


Uma princesa nada boba


O título do livro já diz tudo. Uma princesa nada boba tem como protagonista uma garota que deseja ser princesa, mas não sabe exatamente como, nem qual princesa ser. “Cachinhos dourados, longos fios escorridos e narizinho pontudo” parecem não combinar muito com o perfil da menina. Aos poucos, as ilustrações de Biel Carpenter vão revelando ao leitor quem ela é: pele negra, lábios grossos, roupa estampada. É no sítio da avó, onde passa as férias, que a menina descobre o “tipo de princesa” que é. Um banho de água perfumada e flores amarelas lançadas no rio, sob as bênçãos da avó, revelam sua identidade e a colocam em contato com seus ancestrais e herança cultural. A menina, que no início da narrativa apresenta-se com o nome Stephanie, descobre-se Odara. Inspirado na mitologia e história africanas, o autor apresenta nas últimas páginas do livro um breve texto informativo no qual relaciona e descreve personalidades africanas que têm alguma relação com o Brasil, como Nzinga Mbandi, rainha de Ndongo e Matamba, atual Angola, e Oxum, orixá que simboliza a feminilidade.

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